Teste Psicotécnico Detran - Testemunho de Estrangeira

Este relato de uma mulher estrangeira (canadense, mas vivendo no Brasil em Leblon no Rio de Janeiro) que fez o teste psicotécnico Detran já é bem antigo, mas achei boa ideia traduzir para português o texto original dela em inglês lá no blog Daily Rio Life, até porque, apesar de já ser de 2010, acho que reflete o que alguns – muitos? – brasileiros ainda pensam dos testes psicológicos do Detran no dia de hoje.

Não só dos testes Detran, mas também dos demais “psicotestes”, testes admissionais, testes de lógica, testes de atenção, e demais provas psicotécnicas, etc. que são usados, por exemplo, para seleção de candidatos a vagas de emprego, acham, os tais brasileiros, que a utilidade desses testes para realmente ajudar a selecionar os melhores candidatos para alguma coisa é no mínimo duvidosa e que esses testes acabam sendo uma grande perda de tempo para todas as pessoas envolvidas.

Como se isso não fosse suficiente, todos esses testes e provas também representam uma perda de dinheiro, sobretudo para os candidatos que não são aprovados na primeira tentativa e precisam refazer os testes, pagando por cada “reteste” e provavelmente perdendo (mais) um dia de trabalho para se deslocarem ao local da prova.

A Sra. DRL (como ela diz que é conhecida) ainda fez – “furtivamente” – fotos de alguns dos testes de lógica no Detran, incluindo o famoso teste de colocar o rabo no cavalo e outros do livro de testes R-1, as quais também republico abaixo. Fico imaginando ela tirando fotos dos testes quando ninguém estava olhando. 😉

Sorte a dela que não precisou montar pirâmides com quadradinhos coloridos ou teria caído no chão dando risada. Aparentemente, a Sra. DRL foi aprovada na primeira tentativa, pelo que provavelmente deve ter pensado que obter a carteira de motorista no Brasil é super fácil. Você está sentado confortavelmente? Então vamos começar. O texto abaixo é o testemunho da Sra. DRL.

Obtendo a carteira de motorista brasileira: preparado para um exame psicológico?

Foi tentador chamar este post de “a maior besteira que já encontrei nos meus dois anos vivendo no Brasil”, mas achei que deveria pelo menos tentar manter-me no assunto. Além disso, eu poderei precisar desse título para outra coisa no futuro.

Principalmente para fins fiscais (para nos manter um pouco fora do alcance do Canadá e mostrar a nossa intenção de permanecer no Brasil, já que a carteira do Sr. DRL estava expirando, e ele não queria obter uma nova canadense), o Sr. DRL e eu nos submetemos ao processo de obter carteiras de motorista brasileiras.

Como esperado, havia inúmeros formulários a serem preenchidos e impressões digitais a serem carimbadas, algumas visitas ao DETRAN (a versão brasileira do DMV ou Registro, como lhe chamaríamos no Canadá), mas nós fizemos essa parte há alguns meses atrás.

Como já possuíamos carteiras de motorista canadenses válidas, não precisamos fazer um teste de condução real ao volante, mas fizemos pequenos exames físicos (visão, pressão sanguínea, etc.) como requisito. Depois tivemos que fazer um teste psicológico de duas horas. Que é onde a parte da besteira entra. Para que conste, eu fui aprovada (está surpreso, não? Talvez um pouco?).

Eu chego, preencho uma papelada, faço umas impressões digitais, faço meu exame físico, conheço algumas pessoas simpáticas (principalmente jovens brasileiros, uma outra gringa), depois sou trazida para uma sala com cerca de oito outras pessoas para completar o exame.

A instrutora fala um pouco de inglês, o que é útil. Mas antes que o exame comece, ela inicia uma tirada em português sobre estrangeiros entrando e tirando os recursos de petróleo do Brasil, os SEUS recursos, e como, se você fosse fazer um teste de motorista em outro país, não haveria ajuda com traduções.

A parte sobre as traduções é provavelmente verdade, mas não nos fez sentir nada bem-vindos / confortáveis nesta pequena sala por duas horas com toda essa hostilidade. Mas seja como for!

O teste é a maior piada que já encontrei. Eu tinha sido avisada pelo Sr. DRL e um amigo de que era bizarro, mas nenhum aviso me poderia preparar para ele. A cada oportunidade que tinha, eu furtivamente tirava fotos para partilhar com vocês. Porque essa é a única forma de vocês sequer começarem a entender… o que está envolvido em obter uma carteira de motorista brasileira. Ó. MEU. DEUS.

Prova 1:

Colocar a ferradura no??? Não, eu não estou brincando, esta era mesmo uma pergunta de escolha múltipla no teste.

Esta parte era interessante também – você tinha que colocar um pequeno ponto em cada um dos triângulos na linha (caixa mais à esquerda), depois no meio você precisava completar um labirinto mantendo a mão firme, finalmente, à direita, colocar duas pequenas marcas em cada caixa. Eu sinto-me tão mais segura nas estradas do Rio sabendo que os motoristas completaram essas tarefas cruciais.

Os patos eram muito engraçados também…

Esta página levou o prêmio, para mim. A sério? Suásticas? Dedo + Anel = Dedo com anel?

Havia também uma seção do teste que exigia que memorizássemos itens numa imagem e os escrevêssemos, e um exercício bizarro em que tínhamos que escrever pequenas linhas retas iguais num papel por um período de tempo predeterminado, e depois contá-las.

É um mistério o que eles estão procurando com esse exercício? É melhor ter mais linhas ou que elas sejam uniformes? Eu fiz linhas uniformes e fiquei feliz depois porque não tive que contar tantas linhas minúsculas no final, mas quem sabe?

Texto original (em inglês): Getting a Brazilian driver’s license – Prepared for a psychological exam?

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